A apneia do sono é um distúrbio respiratório que compromete a respiração durante o sono, resultando em episódios recorrentes de pausas respiratórias. Um dos principais métodos de tratamento para os distúrbios respiratórios do sono é o uso da pressão positiva contínua nas vias aéreas, conhecida como CPAP (Continuous Positive Airway Pressure), que mantém as vias aéreas abertas por meio de pressão positiva constante. Esse tratamento inclui o uso de diferentes componentes, entre eles a interface. A escolha da máscara mais apropriada deve considerar a anatomia facial, estrutura nasal, presença de barba, tipo de cabelo e as particularidades do sono do paciente.
A seleção da máscara adequada é fundamental para garantir a eficácia do tratamento, proporcionando conforto e favorecendo a adesão à terapia.

Máscara Nasal
É a primeira opção para o tratamento dos distúrbios respiratórios do sono.
Associada a uma melhor adesão à terapia, além de contribuir para um menor índice de apneia e hipopneia (IAH) residual.
Estudos indicam que a pressão necessária para manter a via aérea aberta é inferior na máscara nasal em comparação com a oronasal.
Indicada para pacientes que respiram predominantemente pelo nariz.
Oferece maior liberdade de movimento durante o sono.
Contraindicações: Não recomendada para pacientes com obstrução nasal severa ou que não conseguem manter a boca fechada durante o sono, mesmo após avaliação clínica detalhada.

Máscara Oronasal
Frequentemente utilizada por pacientes que respiram pela boca ou apresentam obstrução nasal significativa.
Pode comprometer a eficácia do tratamento, elevando o esforço respiratório e aumentando a resistência da via aérea superior.
Associada a maior desconforto, menor adesão ao CPAP e necessidade de pressões mais elevadas para evitar a obstrução.
Estudos indicam que a transmissão de pressão pela cavidade oral pode reduzir a eficácia da CPAP.

Recomendações para Consulta e Avaliação
Buscar a orientação de um especialista em medicina do sono para uma avaliação individualizada, considerando o padrão respiratório, anatomia facial e nasal, além das necessidades específicas de adaptação ao CPAP.
Conhecer diferentes modelos de máscaras para assegurar um ajuste adequado, proporcionando conforto, minimizando riscos de lesões cutâneas e reduzindo vazamentos de ar.
Realizar acompanhamento periódico com um profissional para ajustes na pressão e na escolha da máscara, garantindo a máxima eficiência do tratamento.
Utilizar aplicativos ou dispositivos de monitoramento para avaliar a adaptação ao CPAP e identificar eventuais dificuldades no uso.

Benefícios da Escolha Adequada da Interface
Maior adesão ao tratamento devido ao conforto proporcionado pela máscara correta.
Uso adequado da interface, minimizando fatores que possam comprometer a eficácia da terapia.
Recomendações de Higienização e Cuidados
Higienizar a máscara semanalmente com água e sabão neutro.
Secar completamente antes da reutilização, prevenindo o acúmulo de umidade e a proliferação de microrganismos como bactérias e fungos.
Substituir regularmente as almofadas ou vedação da máscara conforme as recomendações do fabricante.
Armazenar o equipamento em local limpo e seco para preservar sua durabilidade e funcionamento adequado.
Recomendações Especiais
Em caso de desconforto ou dificuldades no uso da máscara, procurar um profissional para ajustes e orientações.
Pacientes com respiração oral podem se beneficiar do uso de uma queixeira associada à máscara nasal.
Para indivíduos com pele sensível, recomenda-se o uso de protetores faciais de tecido ou máscaras siliconadas e hipoalergênicas.
Um estilo de vida saudável, incluindo controle de peso, prática regular de atividades físicas e reabilitação cardiorrespiratória, pode potencializar os efeitos positivos do tratamento.
A escolha da máscara ideal é essencial para a eficácia do tratamento, promovendo melhora na qualidade do sono e contribuindo para a saúde geral do paciente.
Referências
J Bras Pneumol. 2014;40(6):658-668. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S1806-37132014000600010
Weaver, FMLV. Avaliação da eficácia da máscara oronasal vs nasal com uso de pressão positiva para o tratamento da apneia obstrutiva do sono. [Tese de doutorado]. Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, 2018.
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